Afroempreendedorismo: o que é, desafios e iniciativas

por Americanas

12 de setembro de 2022

O afroempreendedorismo tem crescido, seja por necessidade, vocação ou engajamento social. Fique por dentro dos desafios e formas de apoiar este movimento

Talvez você ainda não conheça o termo ou já tenha ouvido falar rapidamente sobre o assunto, mas o afroempreendedorismo vem conquistando espaço no mercado e também nos indicadores de faturamento. 

Isso acontece em um cenário em que o empreendedorismo vem se desenvolvendo no Brasil. Ao longo da pandemia da Covid-19, com o aumento da taxa de desemprego e a crise econômica, muitas pessoas decidiram abrir seus negócios para buscar uma nova fonte de renda.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 56% da população brasileira é composta por pessoas pretas ou pardas. Fora isso, uma pesquisa da Movimento Black Money em parceria com a RD Station aponta que 40% dos adultos negros são empreendedores, ou seja, afronegócios nos mais diversos ramos de atuação. Mas, os maiores destaques estão nas áreas de comércio, comunicação e cuidados, segundo o estudo Female Founders Report 2021, sendo que 61,5% são tocados por mulheres. 

Quer saber mais? Neste artigo você vai ficar por dentro do que é o afroempreendedorismo, quais os principais desafios, como começar e algumas iniciativas que apoiam afroempreendedores.

Boa leitura!

O que é o afroempreendedorismo?

O movimento de empreendedores negros e negras é chamado de afroempreendedorismo, ou seja, são negócios construídos e gerenciados por pessoas negras, nos mais diversos nichos do mercado, tendo como público-alvo toda a sociedade. 

O mais legal é que, ao mesmo tempo que isso inclui também as pessoas não negras, a ação incentiva o black money no Brasil, estimulando a compra e venda entre pessoas negras.

Além disso, os afroempreendedores não necessariamente são aqueles que comercializam produtos que tenham os valores e a cultura negra como essência, mas sim, toda pessoa negra que emplaca no universo empreendedor, independentemente do ramo escolhido.

Inclusive, na pesquisa “Afroempreendedorismo Brasil” que foi desenvolvida pela RD Station em parceria com a Inventivos e o Movimento Black Money para entender as nuances do movimento no país, podemos ver as nuances dos principais mercados do afroempreendedorismo:

  • Saúde e estética;
  • E-commerce;
  • Varejo;
  • Marketing e publicidade;
  • Consultoria e treinamentos;
  • Ensino e educação;
  • Alimentação;
  • Mídia e comunicação; 
  • Financeiro, jurídico e serviços relacionados;
  • Eventos.

No Brasil são ao todo 14 milhões de afroempreendedores, segundo levantamento encomendado pela PretaHub, aceleradora do empreendedorismo negro no país, sendo a maior parte desses empreendimentos comandados por jovens e mulheres negras e movimentando cerca de R$ 1,73 trilhão por ano no mercado

O perfil desses empreendedores negros pode ser definido a partir do que motivou a abertura do negócio:

Necessidade

É quando não se tem 100% de clareza sobre empreendedorismo, nem investimento e acesso ao crédito necessário para estruturar um negócio, mas ainda assim é necessário, tendo como justificativa muitas vezes o desemprego, a falta de oportunidades no mercado de trabalho e a necessidade de uma renda extra para sobreviver. 

Vocação

Quando o empreendedor já possui um conhecimento maior sobre empreendedorismo, normalmente emplacam nesse universo para trabalhar por “conta própria” e tem seus negócios formalizados.

Engajamento

São afroempreendimentos mais conscientes, além de muitas vezes exercerem atividades voltadas para a cultura e valores afros, seja nos produtos vendidos ou na forma de estruturar o negócio, que na maioria das vezes tem a ver com inovação.

Quais são os principais desafios?

É claro que nem tudo são flores e a maioria desses empreendimentos nascem a partir do que chamamos de “empreender por necessidade” e não por vocação ou engajamento, o que acarreta em inúmeros desafios que precisam ser superados para atingir o sucesso do negócio. 

“Eu me tornei um empreendedor por livre e espontânea pressão. Eu fiquei 6 ou 7 anos tentando atuar no mercado formal de trabalho e não consegui uma oportunidade e aí eu comecei a pensar que isso poderia ser um preconceito racial. Foi quando decidi empreender.” pontuou Alexandre Gonzaga, afroempreendedor e dono da loja Tiger Cell, que vende no marketplace da Americanas.

Isso sem falar no fato de que, segundo o estudo, os afroempreendedores possuem menor escolaridade, seus negócios apresentam rendimentos mensais menores quando comparados aos empreendimentos de pessoas brancas e nem todos são formalizados – estima-se que apenas 21% dos afroempreendimentos possuem CNPJ.  A falta de conhecimento sobre gestão financeira, planejamento e logística de negócio também impactam diretamente os afroempreendimentos.

Com toda a desigualdade social e econômica que, no Brasil, está ligada diretamente às questões raciais e como o racismo é enraizado na sociedade, os afroempreendedores acabam tendo maior dificuldade na hora de solicitar crédito e investimentos para o negócio. Segundo o SEBRAE, durante a pandemia, 47% dos empreendimentos de pessoas negras tiveram o acesso ao crédito negado, já no caso de empreendimentos de pessoas brancas, esse número cai para 34%.

Mas, apesar dos desafios encontrados, o afroempreendedorismo é um movimento promissor, isso porque empreender é um grande interesse para a população negra e a maioria desses empreendedores deseja crescer cada dia mais o seu negócio e buscar alternativas para driblar as dificuldades do mercado.

“Eu diria para uma outra pessoa negra que está começando a empreender que é desafiador mesmo, é muito difícil ser um afroempreendedor no Brasil, mas, ao mesmo tempo, é possível e não devemos desistir. Apesar dos desafios, precisamos seguir estudando, nos desenvolvendo e buscando essas oportunidades que uma hora a porta se abre.” 

Alexandre Gonzaga.

afroempreendedorismo - interna

E-commerce como uma possibilidade para o afroempreendedorismo

De certo modo, a pandemia da Covid-19 fez com que muitos negócios fossem obrigados a migrar para o digital, caso desejassem sobreviver ao fechamento do comércio e as condições de isolamento social.

Como dito anteriormente, o e-commerce é um dos mercados mais promissores para o afroempreendedorismo e muitos lojistas apostam em vender seus produtos em marketplaces ou em sites próprios.

Por isso, através da inclusão digital e da digitalização dos negócios é possível ultrapassar mais uma barreira.

Dia do Afroempreendedorismo 

O afroempreendedorismo está tão em voga que ganhou um dia só dele na cidade de São Paulo: o dia 26 de agosto. Esta data é de extrema importância não só para reconhecer o trabalho de empreendedores negros e negras, mas também para promover, dar visibilidade e valorizar esses negócios

Além disso, é uma chamada para o reconhecimento da participação de afro empreendimentos no desenvolvimento econômico da cidade e também de todo o país.

Afroempreendedorismo na prática

Segundo o estudo realizado pela PretaHub, 97% dos afroempreendedores entrevistados acreditam que são inovadores, além disso, 96% revelam ter algum sonho e 95% acreditam que podem alcançar todos os seus objetivos. 

Esse é um ponto muito relevante quando o assunto é afroempreendedorismo, afinal, a existência e o fortalecimento desses negócios possibilita que o mercado seja mais diverso e fora da caixa. Isso acontece porque os afroempreendedores olham para a sociedade e para o seu negócio com uma visão inovadora, levando em conta as necessidades e interesses de toda a sociedade, inclusive da população negra, que durante muito tempo foi invisibilizada.

Além disso, uma das principais essências do afroempreendedorismo é a construção de redes, ou seja, os negócios vão se fortalecendo em conjunto e garantindo um crescimento relevante. 

E é aí que entram iniciativas que apoiam e dão visibilidade ao afroempreendedorismo em todos os lugares do Brasil. Ações que auxiliam na digitalização dos negócios, capacitando afroempreendedores em relação ao marketing digital, gestão financeira e até mesmo facilitando o acesso à crédito que, como já dito aqui, é negado com maior frequência para empreendedores negros e negras.

Fique por dentro das iniciativas 

Uma iniciativa muito bacana é a PretaHub, um hub de inovação, criatividade e tendências que não só apoia afroempreendimentos, como também levanta pesquisas e estudos necessários para compreender o cenário e criar futuros antirracistas no mercado. Atráves do Festival Feira Preta, muitos empreendores negros podem, além de vender seus produtos e serviços, também consumir conteúdos que agreguem na trajetória do negócio.

Já a Firgun é uma iniciativa que foi criada para diminuir a desigualdade social e possibilitar que afroempreendimentos e negócios da periferia tenham acesso ao microcrédito, um dos maiores desafios para quem quer começar a empreender ou precisa fazer manutenção do negócio.

Além disso, quem deseja começar a empreender, pode ficar de olho em iniciativas e plataformas que facilitem o acesso ao empreendedorismo para todos os públicos. Um exemplo são os marketplaces, que não exigem grandes investimentos ou conhecimentos comerciais para iniciar: basta ter um CNPJ para começar a vender, e o pagamento à plataforma só ocorre se houver vendas no canal. Vale para grandes indústrias do varejo, mas também para pequenas iniciativas com foco comercial e até social.  

Estamos construindo um mercado mais diverso e com oportunidades de crescimento para todos os tipos de negócios. Agora que você já sabe tudo sobre o afroempreendedorismo, conheça as iniciativas e fique por dentro!

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