No Fórum E-commerce Brasil, Felipe Mendes, General Manager da GFK traz perspectivas sobre o e-commerce pós quarentena e pandemia
No painel “O e-commerce pós quarentena”, Felipe Mendes, General manager LATAM da GFK, e Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, discutiram os números e pesquisas que já estão sendo tratados em todo mundo sobre o varejo durante o período de quarentena. Sem, é claro, especular sobre o futuro do varejo online quando tudo isso passar.
Abrindo a sua fala, Mendes trouxe o questionamento: a pandemia foi uma panaceia?
Em seguida, ele compartilhou os três principais disparadores do e-commerce:
- Acesso: penetração da internet, qualidade da conexão e custo
- Experiência: mix de categorias e de marcas, aprovação de pagamentos, preço
- Logística: custo e prazo de entrega, logística reversa e qualidade da entrega
E-commerce x quarentena x consumidor
O que se viu durante a quarentena é que o comércio online cresceu muito e em diversos países. Mas o crescimento do varejo físico também aconteceu. Dados apresentados mostram que, na Europa, durante o lockdown, registrou-se um crescimento do consumo online em diversas categorias: alimentação, vestuário, eletrodoméstico… Mas viu-se que, no pós lockdown, existiu uma vontade por parte do consumidor de voltar para a loja física – principalmente nos países chamados de “Europa Latina”, como Espanha e Portugal, em que as pessoas ainda valorizam muito a loja e a experiência física.
Na América Latina, percebeu-se um grande crescimento do online durante o período de isolamento social, inclusive no Brasil. O diagnóstico é que as pessoas estão “preparando” suas casas para o isolamento, comprando eletrônicos, eletrodoméstico e fazendo pequenas reformas. E preparando outros âmbitos da vida pra quando o isolamento acabar, comprando roupas, sapatos, maquiagem…
Observou-se também um crescimento muito forte do online em players que têm pontos físicos. Isso acontece porque o fato de existir um lugar aonde o cliente que não está acostumado com o e-commerce pode ir, o deixa mais seguro para realizar a compra.
O que o cliente espera do varejo (como um todo)
Um novo ponto que se observou é que agora as pessoas, que até então tinham várias demandas e expectativas a respeito do e-commerce, também as têm a respeito da loja física.
Elas esperam que as lojas físicas continuem entregando no período pós quarentena, que tenham um suporte online que funcione etc. Virou o que se chama de “Figital”, a fusão do físico com o digital. E isso definitivamente envolve a humanização da relação da venda, principalmente através do WhatsApp.
As possibilidades do e-commerce no Brasil
O mix de produtos do e-commerce no Brasil, em geral, é considerado um mix premium. Enquanto na China, por exemplo, ele é de massa. Por lá, o online chega a ser 40% mais barato do que o mesmo produto no físico. E isso falando em preço e não em descontos. No Brasil, criou-se a ideia de um mix premium, que se torna mais acessível através de descontos e frete grátis.
Para quem está chegando agora no mercado online, esta é a chance de trabalhar melhor o preço, desconstruindo essa ideia de tantos descontos, buscando igualar os mercados.
Para encerrar, Mendes e Serrentino trouxeram um tema muito esperado por todo varejista online: Black Friday. O Brasil é onde a data mais mais cresce em termos de vendas. Mas neste ano o mercado terá que responder uma nova questão: o que fazer com as lojas físicas? Como trabalhar o preço nessa nova conjuntura, fazendo com que os descontos sejam reais e possíveis para as lojas?
Com a aproximação da data, nada mais propício do que esta reflexão.
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