Open Banking: você no controle da sua vida financeira!

por Crédito

17 de setembro de 2021

Entenda como o Open Banking, novidade no sistema financeiro nacional, pode te ajudar a ter mais autonomia sobre suas finanças

Aquela velha história de ser obrigado a abrir uma conta em um dos “bancões” nacionais, realizar diversas movimentações, ter um bom histórico de crédito e ficar “preso” às condições que apenas uma instituição financeira te oferece, está com os dias contados. 

É isso que a agenda do Banco Central de incentivo à competitividade no Sistema Financeiro Nacional espera trazer com o Open Banking, ou seja, estimular a concorrência para que os consumidores tenham acesso a mais opções de produtos e serviços financeiros, com menores encargos e mais transparência.

Mas, afinal, o que é o Open Banking?

O Banco Central denomina o open banking como o “Sistema Financeiro Aberto”, onde as informações sobre os clientes, produtos e serviços irão fluir por todo sistema financeiro nacional, de forma padronizada e mais conveniente para o cliente. Sendo como uma espécie de regulamentação para a utilização e distribuição de dados e informações financeiras entre instituições.

A principal premissa do Open Banking é que os dados do consumidor são de posse dele e não do banco ao qual ele possui um vínculo. Dessa forma, o cliente é dono dos seus dados financeiros e será capaz de escolher quando e com quais empresas deseja compartilhá-los.

Assim, quando o cliente autorizar o compartilhamento dos seus dados através do Open Banking, ele poderá receber ofertas personalizadas, em acordo com o seu perfil, mesmo sem possuir um relacionamento anterior com a instituição, não ficando “preso” apenas aos produtos de sua instituição de origem.

E como funciona o Open Banking?

O processo é simples e funciona através de uma condição:

  • Que o cliente autorize os tipos de dados que deseja compartilhar, por quanto tempo e com quais instituições deseja fazê-lo.

Suponha que sua empresa precisa de capital de giro para atender uma demanda sazonal, como a Black Friday, por exemplo, e você busca no mercado opções mais atrativas, com taxas, prazos e limites mais adequados ao seu perfil do que as opções que sua instituição de origem oferece. Então, você realiza cotações em outras instituições financeiras, mesmo sem  possuir vínculos com as mesmas. 

E é aí que entra o Open Banking! Através dele as instituições que você está realizando as cotações acionam sua instituição de origem (aquela que você possui vínculo) e solicitam o acesso aos seus dados. 

Dessa forma, sua instituição de origem, antes de repassar as informações para as instituições que você está realizando as cotações, solicita a sua autorização para repassar seus dados. Após a sua autorização, ocorre a transferência dos dados para as instituições que você não possui vínculo e assim, essas instituições poderão de uma maneira mais rápida e personalizada, lhe enviar propostas que possam atender suas expectativas.

open banking - como funciona

Mas meus dados estão seguros com Open Banking?

A padronização das informações entre as instituições financeiras é um ponto chave para que a transferência dos dados ocorra de forma segura. A tecnologia por trás do Open Banking são as APIs (application programming interface). São através delas que toda comunicação entre os sistemas das instituições financeiras éo realizada. 

Além da padronização, O Banco Central também definiu normas e regulamentações que devem ser seguidas pelas instituições participantes do Open Banking, onde todo o sistema deverá estar condicionado às Leis do Sigilo Bancário e da Lei Geral de Proteção de Dados, popularmente conhecida como LGPD.

Vale ressaltar que todo compartilhamento de dados realizado no Open Banking, é feito de forma criptografada, garantindo ainda mais a segurança dos seus usuários. Ter cuidado e atenção com os seus dados, sejam eles pessoais ou financeiros, é de extrema importância para evitar golpes e fraudes.

E quais são as vantagens e benefícios do Open Banking?

O Open Banking veio para revolucionar a forma com que o sistema financeiro realiza os seus negócios, e além da padronização e da segurança, ele também traz mais algumas vantagens para seus usuários e também para as instituições financeiras, como: 

  • Mais autonomia para que os clientes utilizem os seus dados e tenham acesso a produtos e serviços personalizados de diversas instituições.
  • Fácil usabilidade para os clientes, sendo totalmente digital e sem custos.
  • Incentivo a competitividade, ampliando o acesso das instituições financeiras a quem ainda não é seu cliente, desenvolvendo novos produtos e tecnologias para estar à frente da concorrência.

Para ilustrar melhor as vantagens e benefícios, podemos conferir alguns casos de uso, por exemplo: 

  • Contratação de crédito em outras instituições utilizando o histórico financeiro das instituições que você possui vínculo.
  • Abertura de conta em outras instituições utilizando dados da sua instituição antiga.
  • Consolidação de todas as suas informações financeiras em uma única plataforma digital, tornando o controle e organização das suas finanças mais acessível.
  • Realização de pagamentos via serviço disponibilizado pelo Open Banking (iniciação de pagamento).
open banking - interna

Como será a implementação do Open Banking no Brasil?

O projeto realizado no Brasil, teve como inspiração o projeto implantado no Reino Unido, pioneiro ao adotar o sistema em 2018 e hoje, com diversos países adotando a agenda, mas cada país adaptando as implementações a sua realidade. No Brasil, o projeto irá ocorrer em fases e de forma gradativa.

  • Fase 1: abertura dos dados das instituições financeiras participantes de forma padronizada, como informações sobre produtos, serviços, preços, taxas e informações sobre canais de atendimento (iniciada em 01/02/2021).
  • Fase 2: início do compartilhamento dos dados referentes aos consumidores entre as instituições, como cadastros, movimentações financeiras, histórico de crédito, entre outras, desde que seja autorizado pelos mesmos (iniciada em 13/08/2021) .
  • Fase 3: produtos e serviços disponíveis para o consumidor pelas as instituições financeiras participantes, sem a necessidade de estar vinculado às mesmas (início adiado para 29/10/2021)
  • Fase 4: a partir dessa fase, novos dados poderão ser compartilhados e novos produtos e serviços poderão ser oferecidos, como seguros, investimentos, previdência privada e contratação de operações de câmbio (início previsto para 15/12/2021).

Com o Open Banking, todo mercado financeiro será impactado, mas por uma boa causa, visando beneficiar o consumidor, aumentando seu poder de escolha e padronizando os dados do sistema financeiro. 

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